sábado, 31 de outubro de 2009

A Cabana Dos Sons. (parte 02)


Um vulto passou pela janela de vidro suja e Mandy, a única que viu, sentiu o coração batendo em sua garganta, mas preferiu não comentar nada para não assustar ainda mais as outras. Os corpos delas já estavam a ponto de ceder ao cansaço, por isso elas resolveram sentarem novamente na poltrona e esperar que alguém do acampamento as achasse, elas já tinham sumido há muito tempo, já deviam estar a sua procura. A única coisa que pulsava em suas mentes era o desejo profundo de que não demorassem a achá-las.

Crashing into walls
Banging on your door

Uma música baixa começou a ser ouvida e elas quase deram um salto da poltrona.

So why'd you let me in

Apenas quando o susto inicial passou e elas começaram a procurar de onde vinha o som.

Diving in too deep
Underneath your skin
Falling through the floor



A música não vinha de lugar algum, elas olhavam em cada cantinho, por um MP3, som, rádio a pilha, ou o que fosse. Nada! Não havia nada.

So good you've got to abuse it
So fast that sometimes you lose it


A música baixa, mas bem audível soava sem parar e cada nota parecia se chocar contra seus ouvidos.

It chews you up when you feed it
But everyone needs to eat
Am I too much for you?
'Cause you're too much for me.
Still wanna be, corrupted.


-Por favor, fala alguma coisa. – Cazie pediu para o nada.
-Isso é som mecânico, Cazie. Algum CD, MP3... – Mandy a olhou.
-Não é não. – ela falou convicta.
-Claro que sim, meu bem. – ela abraçou a amiga.
-Você achou algum aparelho que reproduza música aqui? Alguém achou?
-Não, mas isso não quer dizer que não tenha.
-Eu sinto que não é nada disso, Mandy. nem CD, nem MP3, nem rádio, nem carro de som... Acredite em mim. – ela suspirou pesadamente. – Por favor. – a outra concordou com a cabeça e as quatro se juntaram num abraço cheio de significado, elas estavam juntas e iriam enfrentar o que fosse preciso.
Elas ficaram em silêncio até ouvirem as últimas notas da música.
-Mas você não acha que é alguém que possa nos fazer mal? Acha? Tipo o cara do rosto enrugado? – Khirsten perguntou visivelmente amedrontada.
-Não, é alguém que vai nos ajudar, de alguma forma. –ela respondeu calmamente. -Nem que seja para tocar algo que possa nos fazer dormir. – completou quando uma outra música, agora uma calma, começou a tocar.

Life is getting harder day by dayAnd I don't know what to do, what to say, yeah

Elas se acomodaram na poltrona não agüentando mais o cansaço, suas pálpebras pesavam mais do que podiam suportar.

And my mind is growing weak every step I takeSo uncontrolable now they think I'm fake, yeah

Tudo o que elas podiam ouvir era a música baixa e suas respirações ficando mais calmas a cada segundo. Nunca uma música lhes tinha causado um efeito tão bom, seus músculos iam relaxando e todo aquele cenário amedrontador, ao poucos, ia deixando suas mentes, que agora eram tomadas e preenchidas por aquela melodia, por aquela letra, por aquelas vozes.

'Cause I'm not alone, no no no But I'm not alone, no no no Not alone'

Elas não estavam sozinhas. Uma sensação de alívio percorreu seus corpos e em seguida seus olhos se fecharam.

-Demi. – a garota ouviu alguém sussurrar seu nome, ela abriu os olhos e se deparou com um garoto incrivelmente bonito na sua frente. Ela não conseguiu conter o susto e jogou o corpo para trás, acordando as outras meninas que arregalaram os olhos ao ver quatro lindos rapazes em pé ao lado da poltrona. O impulso delas seria gritar, mas elas não tinham vontade de gritar, eles não as assustavam. Khirsten olhou para porta da cabana que, agora, estava aberta e viu Penny com uma cara de brava parada ali, segurado um cachorro grande e preto por uma coleira vermelha.
-Ela não vai fazer nada, fique tranqüila. – um dos rapazes falou quando viu o olhar amedrontado de Khirsten. – Era manhã e a luz solar parecia incomodar Penny e seu cachorro negro.
-Foram vocês tocaram as músicas, não foram? – Mandy perguntou um tanto sem jeito.
-Que músicas? – um deles sorriu. – Nós somos da colônia de férias, passamos a noite interar procurando por vocês.
As meninas não entendiam, não tinham visto eles na colônia de férias em momento algum nessas 3 semanas de acampamento.
-Mandaram nos buscar na cidade para ajudar na procura, agente trabalha no escritório. – o único que não tinha olhos azuis falou sorrindo, como se lesse pensamentos, e virou de costas. – Venham, vamos voltar para o acampamento.

Os passos deles faziam ruídos ao pisarem sobre folhas secas e galhos caídos. A mata fechada não permitia que os raios solares os atingissem, o que fazia parecer noite. Elas começaram a reconhecer o lugar, já estavam perto de onde tinham saído, na noite anterior, em busca da lenha.
-É depois dessa árvore. – um dos rapazes informou.
-Vamos então! – Mandy sorriu com simpatia.
-Agente não vai agora, podem ir. – o de olhos castanhos sorriu mostrando sua única covinha.
-Mas... –Cazie tentou falar algo, mas foi interrompida por barulho de passos se aproximando,
-Precisamos ir, nos desculpem por isso. – o que tinha várias sardas falou apressado, e dito isso os quatro sumiram diante dos olhos espantados das garotas.
-Meninas? – ouviram uma voz masculina e se viraram, dando de cara com o loirinho tão desejado por Cazie. – Cadê a lenha? Faz meia hora que vocês foram buscar, não acharam nada? – ele perguntou. Elas não entendiam. Como assim meia hora? Elas haviam saído de lá há horas. Já era até manhã, não era? – Venham! O coordenador já está quase ficando louco com o sumiço de vocês. Eu ainda não entendo por que vocês não nos esperaram, o Sr. Willis mandou eu e os caras irmos com vocês quatro, mas quando nós vimos, vocês já tinham entrado na floresta e aí não conseguimos mais achar nem rastro das senhoritas.
-Mas ele nos mandou ir com a Penny! – Demi se manifestou logo.
-Que Penny? Não tem nenhuma Penny aqui. Ficou louca? Algum coco caiu na sua cabeça ou algo assim? – ela olhou para as amigas antes de responder.
-É, acho que sim! – respondeu vagamente enquanto ela e suas amigas tentavam se convencer de que havia caído um coco na cabeça de cada uma.

Elas passaram a noite pensando no ocorrido, não dormiram um segundo sequer. Agora estava no ônibus indo de volta para casa. Tudo que elas precisavam era esquecer tudo aquilo.
-Mandy, me empresta seu gloss? – Demi pediu para a amiga.
-Claro. – a garota enfiou a mão no bolso do casaco e sentiu seus dedos tocarem um pedaço de papel, o retirou com cuidado e leu em voz alta para as amigas o que estava escrito ali com uma letra impecável.


And I, I get on the train on my own Yeah my tired radio keeps playing tired songsAnd I know that there's not long to go When all I wanna do is just go home
'Cause I'm not alone'


You’re not alone!
Sempre com vocês!



FIM!

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História: Sara, Thais e Dani.
Texto: Carol.

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E ai amores o que acharam da nossa histórinha feita especialmente pro Halloween? até que não saiu tão ruim assim! HAHAHAHAHA

Beijudds ;* Sara

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